Instituto Pensar - TSE afasta presidente do Patriota e ameaça filiação de Bolsonaro

TSE afasta presidente do Patriota e ameaça filiação de Bolsonaro

por: Tainã Gomes de Matos 


Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Tribunal Superior Eleitoral (TSE)  afastou o presidente do Patriota, Adilson Barroso, que negocia a filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na sigla. A decisão ainda é passível de recurso, mas já significa barreiras para Bolsonaro, que procura um partido para lançar sua candidatura ao segundo mandato em 2022.

O presidente da Corte Eleitoral, Luís Roberto Barroso, decidiu acatar um pedido da ala do Patriota contrária à filiação de Jair Bolsonaro e afastar Adilson do comando da sigla por 90 dias. O tribunal confirmou a decisão de uma convenção do partido  realizada em 24 de junho. 

Assume o vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, que fica no cargo de presidente em exercício. O TSE determinou ainda o bloqueio da senha de Adilson para acesso a dados e informações da legenda na Justiça Eleitoral.

Ele deverá ficar afastado enquanto será julgado pelo Conselho de Ética. Se necessário, o afastamento poderá ser prorrogado por igual período. 

Partido rachado

As desavenças dentro do Patriota começaram logo após a filiação do senador Flávio Bolsonaro (RJ), em maio. Em seguida, Ovasco Resende e aliados passaram a acusar Adilson de tomar decisões monocráticas, descumprir as regras do estatuto e manobrar internamente para abrir caminho para a entrada da família Bolsonaro.

Eles também afirmam que o então presidente ignorou o estatuto partidário para aparelhar a convenção nacional e reclamavam da falta de diálogo sobre os rumos do Patriota. Segundo apurou a Folha, Bolsonaro pediu para filtrar as candidaturas ao Congresso e as filiações. Sem citar nomes, o presidente disse que quer evitar traições após a eleição, como ocorreu no PSL.

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Condições para filiação de Bolsonaro

A ala da sigla mais ligada ao antigo Partido Republicano Progressista (PRP), que se fundiu ao Patriota em 2018, rejeita embarcar na proposta de transformá-lo em um símbolo da extrema direita. Alguns membros desse grupo aceitam debater eventual filiação do presidente, mas querem impor condições. Integrantes do partido ainda pretendem negociar a manutenção do controle de alguns diretórios estaduais e municipais.

O presidente em exercício, Ovasco Resende diz que não haverá "problema algum? em filiar o presidente, desde que se siga "os critérios e respeite o que foi feito até aqui?. Ele afirmou, porém, que o partido está aberto a receber qualquer candidato à presidência da República, não apenas Bolsonaro.

Procurado, Barroso disse esperar reverter a decisão. "Eles enganaram o TSE e logo será esclarecido?, afirmou.

Com informações do Estadão e da Folha 



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